domingo, 28 de abril de 2013

Gravado e ripando mídia de Blu-Ray no GNU/Linux


Para gravar somente dados, ripar ou acessar arquivos de uma mídia blu-ray não é necessário ter uma cpu robusta top de linha e o requerimentos mínimo é uma cpu 500 Mhz e 512 MB de memória RAM.

Já para assistir filmes em blu-ray será necessário um cpu bastante robusta, um monitor compatível pois não serve qualquer monitor e um placa aceleradora com suporte a blu-ray e mínimo de 1 GB de memória RAM, além de libs e arquivos especiais pra assistir filme em blu-ray.

Se você for montar uma mídia blu-ray de filme manualmente em sistemas mais antigos, você tem que especificar o filesystem udf para o comando mount, já que a mídia contem arquivo único maior que 2 GB, pois este é o limite do filesystem iso9660 pra o tamanho de arquivo; mas você pode gravar qualquer mídia de blu-ray usando o filesystem iso9660 deste que não haja arquivo único maior que 2 GB de tamanho.


Sob algumas opções do growisofs e uso do mesmo

Como fazer pra que os nomes dos diretórios especificados apareçam na mídia ?

Para que os nomes dos diretórios especificados pra gravação seja criado na mídia e não somente os arquivos e subdiretórios que estão dentro dos mesmos, evitando que todos o conteúdo dos mesmos fique largadas na raiz da mídia gerando confusão, você deve usar a opção 
--graft-points para isto.

-graft-points = Permite alterar o path de uma pasta que será gravada no disco. Útil quando você quer adicionar arquivos à uma multisessão. A sintaxe é: -graft-points nomedesejado=/caminho/diretório

Em nomedesejado coloque o mesmo nome do diretório a ser gravado ou caso queira que o diretório especificado no disco tenha um nome diferente na mídia, digite um novo nome para o mesmo nessa parte.
Exemplo no disco rígido o diretório a ser gravado é docs então digito docs para que tenha o mesmo nome na mídia a ser gravada e depois do sinal de igual vai o nome do diretório que está no disco rígido a ser gravado ( --graft-points docs=docs/ ).
Agora se você deseja que na mídia a ser gravada o diretório docs do disco rígido fique com o nome de documentos, você faz: --graft-points documentos=docs/


Nota:
Estando acima da pasta a ser gravada não precisa especificar o caminho completo, caso você não tiver acima da pasta a ser gravada deverá especificar o caminho completo como /mnt/dados/docs/.

Opções:

-use-the-force-luke=tty = Evita que a condição "FATAL: /dev/dvd already carries isofs!" apareça; 

-Z  =  indica que começaremos uma sessão do zero
-M  = incluir uma outra sessão, a uma mídia já gravada
-V  = Dá um nome ao disco que você está gravando (label)
-J = suporte a nomes em joliet até 31 caracteres para compartibilidade com Windows
-joliet-long = suporte a nomes longos no modo joliet com até 103 caracteres.
-R =  Rock Ridge sistema de arquivos do Linux.
-speed = indicar velocidade de gravação, o padrão é usar velocidade máxima suportada.

Gravando mídia de blu-ray

No Linux por enquanto vários programas gráficos de gravação ainda não tem suporte a blu-ray embora que todos eles fazem uso do growisofs para gravar DVD, mas você pode usar o comando growisofs  diretamente na linha de comando para gravar suas mídias de blu-ray já que esta mídia é suportada pelo mesmo.

$ growisofs -Z /dev/sr0 -speed=4 -use-the-force-luke=tty -J -R -joliet-long --graft-points videos=videos/ linux=linux/ mp3=mp3/  outros=outros/

Nesta gravação foi usado o filesystem iso9660 que é o padrão, já que não existem arquivo único maior que 2 GB.

Adicionando uma segunda sessão na mesma mídia já gravada acima

$ growisofs -M /dev/sr0 -speed=4 -use-the-force-luke=tty -J -R -joliet-long --graft-points  manuais=manuais/


Notas:

Ao adicionar uma segunda sessão a mesma mídia já gravada anteriormente, você deve repassar as mesmas opções de sistema de arquivos, filesystem ou charset usada na sessão anterior, pois senão pode acontecer de a primeira sessão ficar invisível ao sistema sem poder acessar os arquivos da mesma ou a gravação não ser iniciada, além de outros erros variados.
Exemplo:
Na primeira sessão você especificou -J -R -joliet-long, então na segunda sessão você deve especificar as mesmas opções da primeira, caso você especificar para usar o filesystem udf na segunda sessão poderá ocorrer os erros citados acima.

Recomendo que não seja adicionado mais que 3 sessão a mesma mídia, isto depende também de quantos giga é adicionado em cada sessão e do espaço oculto que é reservado para cada sessão a ser salva na mesma mídia.

Nota 2:

Não conseguir adicionar uma segunda sessão numa outra mídia já gravada em que a primeira sessão foi utilizada o filesystem udf, mesmo especificando o filesystem udf na segunda sessão. Não descobrir ainda se o growisofs suporta segunda sessão com filesystem udf em mídia de blu-ray ou é a mídia que não suporta segunda sessão em udf.
O growisofs mostra todo o processo da gravação da segunda sessão sendo feita, mas na hora de montar a mídia, simplesmente a segunda sessão inserida não é vista, fica invisível ao sistema.

Finalizando gravações na mídia

Mesmo não finalizado a mídia, você poderá utilizar a mesma para abrir arquivos e programas da mesma no computador ou usar no player da sala. Este procedimento não é obrigatório ser feito, mas uma vez feito não se poderá adicionar mais sessão a uma mídia de DVD ou blu-ray.

$  growisofs -M /dev/dvd=/dev/zero

O tempo para fechar a mídia foi de 20 minutos.


Mídias blu-ray regraváveis

A mídia blu-ray regraváveis permite apagar todo o seu conteúdo usando o comando 
dvd+rw-format. Toda mídia regraváveis tem as siglas BD-RE identificada na mídia ou pelo comando dvd+rw-mediainfo na linha Mounted Media da saída deste comando em uma janela de terminal.

Exibindo informações da mídia blu-ray

Em uma janela de terminal execute o comando dvd+rw-mediainfo seguido pelo device do gravador. Exemplo:
$ dvd+rw-mediainfo /dev/sr0

Onde /dev/sr0 é o device do gravador, substitua de acordo com o usado pelo seu sistema como /dev/sr1, /dev/hdc, etc.
O comando pode ser executado com mídias virgens, já gravadas montadas ou não.

Apagando todo o conteúdo de uma mídia blu-ray regravável (BD-RE)

Use o comando:
$ dvd+rw-format -force=full /dev/sr0 (troque o device /dev/sr0 pelo usado pelo seu sistema)
* BD/DVD±RW/-RAM format utility by <appro@fy.chalmers.se>, version 7.1. 
* 24.8GB BD media detected.

Notas:
A mídia deve está desmontada para formatar a mesma.
Sem usar a opção -force=full não ser consegue formatar a mídia blu-ray.
O tempo pra formatar uma mídia blu-ray de velocidade 2X, foi de 1 hora e 20 minutos.
A mídia normal de blu-ray possuir a sigla BD-R ou seja Recordable que não permite apagar os dados dela.


Gravação com o growisofs especificando o filesystem udf 

$ growisofs -Z /dev/sr0 -V myblue -udf --graft-points docs=docs/

O filesystem -udf é necessário ser especificado caso você tenha arquivo único maior que 2 GB no diretório especificado, pois se você não especificar -udf a mídia não será gravada.
Onde myblue é o nome de label da mídia a ser gravada, -udf é o filesystem que conterá a mídia e –graft-points para especificar um nome de diretório na mídia e depois do sinal de igual o nome do diretório a ser gravado que está no disco rígido.
O diretório docs contém outros diretórios dentro dele e arquivos de nomes longos com até 103 caracteres tendo também acentos nos nomes de arquivos e mais um arquivo de tamanho único de 2.9 GB sendo que todos foram gravados na mídia sem problemas e sem redução do nome do arquivo de 103 caractere, apenas os arquivos que tiver caracteres acentuados poderão ser com visto com caracteres estranhos na parte do caractere acentuado quando a mídia é montada caso não seja especificado um charset em uma montagem feita manualmente, mas isto depende também da codificação utilizada pelo seu sistema ou configuração personalizada do charset diferente do padrão do sistema que é utilizada pelos programas.


Outro exemplo de gravação com file system udf:

$ growisofs -Z /dev/sr0 -speed=4 -V myblue2 -udf  --graft-points fotos=fotos/ videos-2012=videos-2012/ imagens.tgz 


Neste exemplo está sendo especificado para gravar os diretórios fotos e videos e o arquivo imagens.tgz.

Levou 45 minutos para gravar 19 GB, sendo que o arquivo imagens.tgz tem 3.1 GB de tamanho.


Exemplo de montagem manualmente

Sem especificar um charset:
#  mount /dev/sr0 /mnt/cdrom/ -t udf 

Especificado o charset utf8:
#  mount /dev/sr0 /mnt/cdrom/ -t udf -o iocharset=utf8

Especificando o charset iso8859-1 (codificação em desuso, obsoleta)
# mount /dev/sr0 /mnt/cdrom -t udf -o iocharset=iso8859-1


Ripando um filme em blu-ray

Foi utilizado o programa DVDFab8126Qt.exe para Windows que funciona perfeitamente via wine e reconhece a unidade do drive de blu-ray, já que com o MakeMKV não conseguir copilar o mesmo corretamente, sempre dando erro em duas distros testadas. 

Levou 2 horas para ripar para o formato mkv ficando com 1.4 GB num filme de 2 horas de duração, sendo todo o filme completo e funcional com o áudio escolhido. 
Se você quiser assistir o filme no aparelho de dvdplayer da sala, o tempo de conversão para o formato xvid usando o mencoder foi de 1 hora e 20 minutos. 

Durante a ripagem o uso da cpu é de 100% e a memória em uso é de 1 GB, mas você pode executar outros programas, navegar na internet tudo isto sem lentidão do sistema caso você tem 3 GB ou mais de RAM instalada.

Notas:
O teste foi feito usando usando uma cpu Intel Celeron Dual Core 2.6 Ghz tendo 3 GB de RAM e memória cache L1 de 64K e L2 de 1024K que deu conta perfeitamente do recado.



























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